quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Igrejas Evangelicas !?

 É entre os evangélicos que surgem mais propostas de igrejas flexíveis. Eles têm igrejas para metaleiros, para garotas de programa e até para lutadores de jiu-jítsu. Em Fortaleza, a Igreja Evangélica Congregacional abriga um núcleo chamado “Lutadores de Cristo”. Cerca de 80 jovens oram, assistem à pregação do pastor e depois sobem no tatame para trocar socos e pontapés. Por fim, dão as mãos e cantam juntos o louvor. “Pregamos o Evangelho para jovens que jamais entrariam numa igreja. Ninguém aqui se envolveu em briga na rua”, diz o coordenador do projeto, lutador e pastor Elder Pinto. “Aqui pregamos a paz.”

Historia de um jovem...Ele já foi evangélico, católico e frequentou terreiros de umbanda. Ele dava aulas de teatro para crianças numa igreja católica quando disse a um padre que era gay. Foi aconselhado a esconder sua condição. Não concordou e procurou uma igreja evangélica. Lá, foi encaminhado para uma “corrente de libertação”, uma espécie de workshop para “curar” os gays. Também não funcionou. Ele então recorreu ao candomblé. Procurou uma pombajira com um pedido: queria deixar de ser gay. A entidade teria respondido o seguinte: “Pede outra coisa, porque isso aí não vai ter jeito não, meu filho”. Hoje, ele frequenta a Igreja Cristã Contemporânea, na Lapa, reduto de travestis no Rio. Fundada pelo pastor Marcos Gladstone, também saído de uma igreja que não aceitava homossexuais, a Contemporânea virou um refúgio para jovens gays que querem ser evangélicos, mas não são acolhidos noutros lugares. “O amor de Deus é para todos, sem discriminação”, diz o pastor Gladstone. Na Contemporânea, 80% dos fiéis têm menos de 30 anos. Um comerciário de 20anos, está entre eles. Ele conta que era obreiro da Igreja Universal, mas teve de sair de lá depois que os amigos passaram a insistir em lhe arrumar um casamento. “Para eles, ser gay é errado. Eu não posso escolher minha opção sexual, mas a religião eu posso". 
 Em Minas, desde 1992 existe a Caverna de Adulão, que não usa o termo “evangélico” e se autodenomina uma “comunidade cristã alternativa”. Assim como a Bola de Neve, ela recebe metaleiros, jovens tatuados e com piercing na língua, além de promover shows de heavy metal. “Enquanto os pastores falam que rock pesado é do diabo, aqui mostramos que ele é de Deus”, diz o pastor Geraldo Luiz da Silva. “As igrejas aceitam esses jovens, mas têm a expectativa de que eles mudem e troquem a jaqueta de couro pela camisa social de manga comprida. Aqui, não é assim.”

Fonte: Revista Época 

Geração Cristo Rei

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